segunda-feira, 27 de junho de 2016

Arquivo do blog (1): Interface de usuário

Estou iniciando aqui uma série de postagens que visam recuperar a memória deste blog. Começo com uma postagem minha, de 18 de maio de 2014;

Interface de usuário: soluções e problemas em uma mesma função

Wallace Vianna é web designer e desenvolvedor web.

Imagem: fonte – http://www.des1gnon.com/2013/07/16-dicas-para-uma-boa-interface-de-usuario-ui/
Uma coisa que sempre pensei sobre a indústria de softwares/programas de computador, mais notadamente na parte de design de interfaces: as interfaces de usuário são ruins porque isso gera receita – através de aprendizado (treinamentos, cursos) ou venda (novas interfaces, novo ciclo de aprendizado) – ou por falta de investimento sério nessa área?



A Apple fabrica produtos com uma boa interface, simples e fáceis de usar, deve ser por isso que eles custam mais (?). Então as interfaces são ruins para baratear o custo final do software?

As interfaces devem evoluir, mas sem prejuízo ao usuário


A Adobe por muitos anos teve uma interface visual/de usuário para seus produtos muito bem estruturada – atalhos de teclado iguais, mesmo mudando de versão ou de produto; funções com mesmo nome e no mesmo lugar, etc. Essa política com o tempo perdeu sua força, quando as interfaces envelheceram – novas soluções de interface surgiram na concorrência, o que fez a Adobe acabar comprando uma empresa que comungava de sua filosofia e que oferecia produtos inovadores – a MacroMedia (proprietaria de produtos para a web como o Flash).

Isso resolveu um problema – de inovação – mas estragou com a política de “boas interfaces” para programas de computador que a Adobe tinha. Hoje há programas com interface com fundo de tela preto e cinza, outros, branco e cinza (às vezes com opção de mudar, outras vezes não).

Cito um exemplo simples, opção de links favoritos dentro de um software; o exemplo vem de uma empresa líder de mercado (Microsoft) em produtos diferentes (ou seja, a mesma função, com nome, aparência ou implementação distintas):










Ms Word 2007 e 2010

O editor de textos MS Word 2007 possuía o “botão office” (que foi abolido em versões recentes, pois era uma interface muito diferente para uma função muito antiga – acessar as principais funcionalidades do programa) onde nas versões atuais, no menu iniciar, se pode ver uma lista de arquivos recentes (uma espécie de histórico de arquivos abertos, mas que permitia fixá-los na lista, criando uma lista de links favoritos)


Outlook.com

Essa filosofia foi aproveitada no Outlook.com, o serviço de e-mail online da MS: pode-se criar uma lista de mensagens (sinalizadas com uma bandeira vermelha) como importantes, criando uma lista de mensagens favoritas. A idéia é a mesma do Word 2007, mas com interface diferente, que acaba demandando novo aprendizado.


Internet Explorer

O finado navegador de internet Internet Explorer (aqui versão 8, mas praticamente idêntico nas versões posteriores) possuía uma lista de arquivos favoritos, que se apresenta ao lado do histórico de páginas acessadas recentemente e lista de feeds (arquivos de RSS, ou resumo de notícias online). Mais uma vez, a mesma função com apresentação diversa.

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One Drive

Por fim o disco virtual OneDrive (antigo SkyDrive) possui um histórico e arquivos acessados cronologicamente, servindo de favoritos,.

Em resumo: as interfaces devem evoluir, mas sem prejuízo desnecessário ao usuário; essa evolução implica em replicar o bom conceito nos demais produtos existentes ou lançados na mesma época, da mesma forma.

Do lado do desenvolvedor (empresa , entidade ou profissional) que lida com uma linha de produtos, isso significa ter alguém responsável em observar e padronizar uma mesma funcionalidade em produtos diferentes.

Do lado do profissional ele deve se preocupar em facilitar o entendimento das mudanças de interface ao longo do tempo – não tem graça nenhuma procurar aquela função utilizada há anos na nova versão do software e descobrir que ela está em outro lugar, com apresentação e uso diferentes.
Se você contabilizar que a ajuda (livros eletrônicos do software) agora são quase todos online (sem versão instalada) isso pode ser um problema se você está trabalhando desconectado da internet e trabalha com prazos apertados (sem tempo para aprender a usar um único recurso “novo”).


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